A violência contra a mulher é reconhecida como um problema de saúde pública e violação dos direitos humanos no mundo inteiro. É um importante indicador de risco da saúde da mulher, com conseqüências para o seu desenvolvimento físico e saúde mental; desencadeia medo, o que muitas vezes impede a mulher de buscar ajuda, inclusive para o companheiro que a submete e aos próprios filhos à violência. A mulher, na maioria das vezes, se submete à violência tendo o desejo de que o parceiro mude e possa viver em paz com a família; por medo de gerar mais violência; por vergonha e também porque não conta com apoio para superar o sofrimento mental que se instala no agressor e nas vítimas.
A violência é de interesse social porque tem aumentado a freqüência com que ocorre e a gravidade de como incide na sociedade. São diferentes os tipos de violência contra a mulher no contexto doméstico e social: a física, a psicológica, a sexual, sendo que todos esses tipos de violência vêm crescendo de maneira desordenada.
No Brasil tem-se observado um crescimento desordenado da violência contra a mulher. Como forma de coibir a violência doméstica e de gênero, foi editada e sancionada a Lei nº 11.340/2006 de 7 de agosto de 2006, denominada Maria da Penha, onde faz homenagem a uma farmacêutica que foi vítima de agressão e dupla tentativa de homicídio por seu ex-marido, ocasionando grandes e permanentes sequelas, culminando na paraplegia dos membros inferiores (Tribunal de Justiça. Lei Maria da Penha).
No município de Belém, de janeiro de 2009 a dezembro de 2010, aproximadamente 22.222 mulheres em situação de vítimas de violência buscaram ajuda na Delegacia da Mulher (DEAM, 2011). Por conta do crescente aumento do número de mulheres vítimas de violência na região Norte e por ser considerado um fenômeno agravante dos problemas sociais e da saúde, a violência contra mulheres não pode ser desconhecida dado à magnitude, transcendência e vulnerabilidade do fenômeno.
Diante deste cenário, a Faculdade de Enfermagem/ICS/UFPA discutirá a temática no Seminário Amazônico Interdisciplinar sobre Violência contra a mulher: Violência contra a mulher amazônica: controle, prevenção e impacto social nos dias 28 e 29 de junho de 2011, no auditório Silveira Neto do Instituto de Ciências da Saúde com a finalidade de reunir estudantes, professores, profissionais saúde, educação, direitos humanos, justiça, público e pesquisadores, para intercâmbio sobre tecnologias e pesquisas para redução da violência contra a mulher.
O evento tem apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Universidade Federal do Pará (UFPA), Instituto de Ciências da Saúde (ICS), Faculdade de Enfermagem. O seminário tem a Coordenação da Profa. Dra. Vera Lúcia de Azevedo Lima e do Grupo de Pesquisa EPOTENA.